quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Epifania Diária (14/02/14)

Fizera de seu amor um pretérito.

Perfeição posta à prova, apostara todas as suas fichas em uma relação que ficou para trás. Chorou. Chorara, antes que suas lágrimas de fato caíssem. Declarou mudança então. Não mais apostava no amor. Dizia haver imperfeição demais: nela; e no seu amor. Entretanto, fatalmente, amava. Amava como amou. E como amara.

Vítima das amarras de seu coração, perdida, adentrara o ciclo de novo e de novo. E então novamente, como quem não se basta, como quem não percebe o presente que é. E não percebia mesmo. Nunca percebeu. Alheia a si, apontava o dedo para o espelho, e especializara-se na ocupação de mártir. Não fora responsável (em nenhum momento); apenas vítima (de si mesma).

Até houve ocasião em que quisera ser algo mais (outra coisa), mas jamais ficara consigo tempo o suficiente para explorar seus pormenores – exaltá-los, exerce-los. Foi se enfraquecendo então nas faltas que cometera – perfeita demais no âmago, imperfeita demais para vê-lo. E, certa de que seu caminho não passava de uma infindável estrada esburacada, abrira a porta da qual não se volta.

Partira. E esquecera comigo seu amor mais que perfeito.